Sobre Nós
Ana Rita Brás
José Carvalho
Raquel Pontes
Somos três estudantes do curso de Design de Comunicação da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Desenvolvemos este projecto na cadeira de Laboratório de Som e Imagem cujo o objectivo foi criar uma Cracle Box.
Memória Descritiva
No início deste projeto escolhemos um rádio pequeno de antena para ser desmontado. Como era um objecto com potencial interesse o grupo achou que era ideal para o trabalho que iriamos realizar.
A ideia deste projeto era criar uma ‘crackle box’ que satisfazia os objectivos que o grupo se tinha proposto fazer e, no nosso caso, essa ideia passava por fazer um jogo didático para um público infantil.
Antes de tudo, desmontamos o nosso rádio, apercebemo-nos de todos os seus componentes e depois começamos a procurar os diferentes pontos de interesse. Alguns destes faziam um som do género de um disco riscado, outros paravam o som que saída da coluna e outros até mudavam de estação do rádio.
A partir daí começamos a imaginar o projeto que queríamos fazer.
Pensamos inicialmente fazer um labirinto em forma de cérebro. O jogador passava o dedo pelo labirinto e quando tocasse nas suas partes importantes, como a parte que controla a fala, os movimentos, entre outros, este iria fazer diferentes sons que o ajudavam a concluir o percurso.
Depois de discutirmos esta ideia, decidimos mudar um pouco o nosso projeto mas manter a ideia original do labirinto.
Partimos então para uma procura de labirintos e deparamo-nos com o labirinto do Minotauro.
Como era uma história extremamente interessante e também intrigante influenciou-nos muito no desenho do novo percurso.
O facto de ser uma história fictícia mas com alguns factos verídicos ainda mais nos despertou a atenção.
Esta história baseava-se num labirinto que existia na antiga Grécia, na ilha de Creta. Ele foi criado com o intuito de abrigar umas das feras do mundo antigo chamada Minotauro. Era uma criatura que tinha corpo de homem, cabeça de touro e dentes de leão, os quais usava para devorar todos que se aproximam.
Para o rei Minos não invadir Atenas, o seu rei Egeu fez um acordo com ele convencendo-o a não invadir a sua cidade.
O filho de Egeu, Teseu faz a viagem até a ilha de Creta, e consegue convencer o rei Minos a acabar o acordo e libertar Atenas, caso ele conseguisse matar o Minotauro.
Teseu então entra numa busca desenfreada no labirinto pelo Minotauro, pensando sempre que tinha o caminho seguro por uma corda amarrada ao seu pé. Depois desta se partir Teseu pensa que fica preso lá para sempre pois seria quase impossível encontrar a saída.
Esta passagem influenciou-nos de maneira a criar-mos um labirinto sem entrada e saída definida, para criar maior confusão ao jogador, como a confusão que Teseu sentiu sem a segurança da corda que o ajudava.
A história do labirinto do Minotauro acaba com um final mais ou menos feliz para Teseu. Este consegue sair de lá e matar a malvada criatura, mas o seu pai
quando recebeu a notícia de que o seu filho teria entrado no labirinto suicidou-se pois perdeu as esperanças de o voltar a ver.
Outra coisa que nos ajudou bastante na criação da nossa ‘crackle box’ foi um excerto da música de Chico Buarque, o ‘Choro do Bandido’. Este é:
‘(...) Mesmo que você fuja de mim
por labirintos e alçapões
saiba que os poetas como os cegos
podem ver na escuridão (...)’
O facto das últimas duas frases deste excerto falarem dos poetas que veem na escuridão deu-nos a ideia de fazermos um labirinto cego. Isto é, o jogador iria usar o nosso labirinto com um venda, assim não iria saber qual é a entrada qual a saída e iria sentir um género de confusão, semelhante com a confusão que Teseu sentiu no labirinto do Minotauro.
Começamos então a desenhar em papel o nosso labirinto final que pudesse ser alterado de acordo com o tamanho que a nossa caixa.
Construímos uma caixa em madeira de 6 cm de altura e o quadrado da base com 12/12 cm, sem o quadrado do topo. Ela era feita de madeira de 3mm de grossura, coisa que nos complicou muito o recorte para o espaço do interruptor e os buracos para a saída do som da coluna.
Devido a um erro de medição reparamos que o rádio apenas cabia na caixa diagonalmente, coisa que dificultava imenso a soldagem dos fios de contacto e o corte do sítio onde iria estar o regulador de volume.
Partimos então para a construção de uma nova caixa em balsa. Como é um material mais fácil de cortar que a madeira, ajudou-nos bastante na sua construção.
Esta tornou-se a caixa final com 10 cm de altura e 15 cm de comprimento.
Decidimos fazer a base da caixa em cobre para este ser o primeiro ponto de contacto que o jogador iria tocar, quando pegasse na caixa com a palma da mão.
O labirinto foi construído também em balsa, mas esta em vez de ter 5 mm de grossura, como a balsa das paredes, tem apenas 3 mm para não acrescentar muita grossura das paredes do labirinto.
Depois de ter o labirinto desenhado em papel construímos as paredes individualmente em balsa, colando-as á tampa da caixa com cola. Esta não foi colada á caixa final para depois conseguirmos por o rádio lá dentro e soldarmos os pontos de contacto.
Quando o labirinto estava finalmente montado e colado cortamos na tampa 6 quadradinhos em diferentes sítios onde mais tarde iremos colar outros quadradinhos em cobre.
Estes quadradinhos de cobre servem para quando o jogador tocar na base do labirinto, os sentir e dependendo do som que eles façam, manter-se na rota ou mudar de percurso para encontrar a saída.
Para estes quadrados fazerem som, apenas quando tocados por um dedo húmido, eles estão ligados aos pontos de interesse do nosso rádio. Estes estão soldados a um fio de contacto que liga a base do cobre ao ponto de interesse do rádio e faz com que, quando se tocar no cobre, este faça o som que corresponde ao ponto de interesse a que está ligado.
O objectivo do nosso labirinto é que quando tocamos no cobre da entrada ou da saída mudar a estação de rádio, quando nos enganamos no caminho ou encontramos um beco sem saída estes param o som do rádio e quando vamos no caminho certo para sairmos fazer um som estranho, tipo algo estragado ou um disco riscado. Como a estação do rádio já vai estar escolhida para o início do jogo, o som vai ser constante, só irá mudar ou parar com o decorrer do percurso.
Para podermos controlar o volume da nossa cracle box recortamos de lado, numa das paredes, uma ranhura para o círculo do regulador do volume ser manipulado por fora, evitando que se abra a caixa. Este círculo foi também construído em balsa, com um diâmetro maior que o círculo original para podermos mexer nele sem problemas.
Noutra parede construímos um círculo com pequenos buraquinhos, feitos por um prego, furando a parede no sítio onde está colada a coluna na parte de dentro da caixa, para o som sair para o exterior e ser mais perceptível para o jogador.
Tivemos alguns contratempos na construção da nossa caixa final pois trabalhar com cobre não é muito fácil. Usamos uma tesoura específica para cortar chapa de cobre mas mesmo assim a tarefa tornou-se complicada quando cortamos os pequenos quadradinhos de 2,5/2,5 cm. Depois de os cortamos, tanto como á placa de cobre que serve para a base da caixa, lavamo-lo e polimo-lo para ficar com um melhor acabamento sem muitas imperfeições.
Quando colamos os pequenos quadrados á tampa da caixa, originalmente colamo-los com cola quente, mas depois quando os soldamos aos fios de contacto, a cola começou a derreter e não conseguimos soldar. Tivemos de voltar a fazer este processo depois de limparmos a cola quente dos 6 quadrados e assim pudemos voltar a soldá-los.
Agora tínhamos apenas de dar um nome ao nosso labirinto, coisa que não foi fácil e se tornou motivo de grande discórdia no grupo.
Finalmente optamos por dar o nome de ‘Lambirrádio’, labirinto cego, num género de trocadilho pois a maneira de começar a jogar é lamber o dedo indicador, passa-lo pelo labirinto e ouvir o rádio.
No fim da caixa pronta começamos a montar o vídeo onde mostrava todo o nosso processo de montagem.
Enquanto dois de nós tratávamos de construir a caixa, de montar o labirinto, outro elemento do grupo, que estivesse livre, gravava e fotografava para documentar o processo de trabalho. Depois de vermos todos os vídeos fizemos uma seleção dos que melhor ilustravam todos os nossos passos e começamos a montagem do vídeo.
Escolhemos usar uma música de fundo para o nosso vídeo não ser apenas documental e assim apelar um pouco ao humor de cada um.
A música escolhida foi a ‘Thunderstruck’ da banda Hard Rock AC/DC. Esta não foi uma escolha aleatória.
O nome AC/DC é uma abreviação de ‘alternating current/ direct current’, que em português significa ‘corrente alternada/ corrente contínua’. A corrente alternada CA ou AC, do inglês alternating current, é uma corrente elétrica cujo sentido varia no tempo, ao contrário da corrente contínua cujo sentido permanece constante ao longo do tempo.
Esta dualidade entre as duas correntes ligadas ao nome da banda, é apenas uma das explicações para o seu nome. Achamos que esta possa estar ligada com a energia que a banda transmite em palco, já que é uma das bandas mais carismáti-
cas da história do Hard Rock, e tal carisma atrai os mais diversos fãs, de diferentes idades, tal como o nosso labirinto.
No final do vídeo usamos uma imagem do dedo de um de nós cortado, isto numa maneira divertida de mostrar que fazer este exercício não foi uma coisa fácil e, mesmo com os vários contratempos que nos deparamos, foram ultrapassados e feitos pelo grupo.
Fizemos também uma pequena sinopse do nosso vídeo para ler antes de o ver e ter uma explicação do que se irá passar.
Decidimos fazer também um género de manual onde explicamos o processo de montagem da nossa cracle box, com imagens explicativas.
Decidimos desenhá-las no Adobe Illustrator insfluenciados pela estética dos manuais do Ikeia, que são sóbrios e limpos de maneira a facilitar a leitura.
Referências
http://saude.ig.com.br/cerebro/

http://felipevernon.wordpress.com/

http://www.espacoacademico.com.br/052/52damasio.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Minotauro

http://pt.dofuspedia.wikia.com/wiki/Labirinto_do_Minotoro

http://www.e-biografias.net/chico_buarque/

http://letras.mus.br/chico-buarque/85947/

http://rockhall.com/inductees/ac-dc/bio/

http://pt.wikipedia.org/wiki/AC/DC

http://letras.mus.br/ac-dc/614/
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